O advento da tecnologia cibernética e de suas ferramentas digitais costuma estar associado diretamente ao progresso humano. Indubitável dizer que tais mudanças foram responsáveis por um expressivo desenvolvimento, mas que, ao mesmo tempo, tornaram-se um meio de rastreamento e de vigilância. Neste artigo, apresenta-se uma análise crítica do racismo algorítmico e os efeitos do colonialismo digital para o controle da sociedade, especificamente como biopolítica contra grupos humanos vulneráveis. Trata-se uma pesquisa qualitativa que utilizou a hermenêutica fenomenológica para abordar o conceito de colonialismo digital e sua relação com o racismo, a biopolítica, a sociedade do controle e a psicopolítica. São identificadas implicações para a violação da dignidade humana e vulneração da população negra demarcada pelo racismo algorítmico como o perfil de perigosa, criminosa e ameaçadora. Ademais, a questão racial permeia as relações de poder e de controle, corroborando com o surgimento e manutenção do racismo em suas diversas formas, cujo enfrentamento deve advir por meio de bases epistêmicas como as da Bioética da Intervenção e da teoria crítica dos direitos humanos.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Derecho y Cambio Social