• Resumo

    O artigo tem como foco relacionar as percepções individuais e o comportamento humano, e como isso afeta o tribunal do júri no âmbito da justiça. O trabalho analisa o Tribunal do Júri brasileiro, explorando o papel da parcialidade do sistema e as influências das percepções individuais, do senso comum e da mídia no processo. Explora o conceito de preconceito a partir da obra de Hannah Arendt, "Origens do Totalitarismo", que analisa como a categorização e a generalização podem levar à discriminação e à exclusão. A teoria da justiça de John Rawls também poderia ser aplicada para discutir a imparcialidade e a equidade no sistema judiciário. Além disso, conceitos como heurísticas, vieses cognitivos e psicologia das multidões são relevantes para compreender a influência das emoções, estereótipos e pressão social no julgamento dos jurados. A influência da mídia é examinada à luz das teorias da comunicação, considerando o sensacionalismo, o enquadramento e a construção da narrativa na formação da opinião pública. O trabalho também considera a influência das emoções, estereótipos e pressão social sobre os jurados. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, ancorada no método dedutivo. Para a análise, foram utilizadas fontes primárias e secundárias, incluindo doutrina jurídica, jurisprudência e legislação, bem como estudos de caso e artigos acadêmicos relevantes. O método busca integrar perspectivas doutrinárias e jurisprudenciais para oferecer uma visão abrangente e crítica sobre o tema. Os resultados demonstram como os preconceitos, consciente ou inconscientemente, podem afetar a percepção dos jurados sobre o réu, as testemunhas e as provas apresentadas. A discussão deve aprofundar a análise da interação entre os jurados, considerando a dinâmica de grupo, a influência de personalidades dominantes e a pressão pela conformidade. A pesquisa explora como a mídia, ao simplificar e sensacionalizar os casos, contribui para a formação de estereótipos e preconceitos, influenciando a opinião pública e, consequentemente, o julgamento dos jurados. A discussão deve analisar como a busca por audiência e a competitividade entre os veículos de comunicação podem distorcer a realidade dos fatos e criar narrativas tendenciosas. Os resultados devem ser discutidos à luz do referencial teórico, conectando as observações empíricas aos conceitos de preconceito, vieses cognitivos, influência da mídia e pressão social.

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Como citar

Araújo, A. V. da C., Mariz, L., & Coelho, I. M. F. C. (2024). JUSTIÇA E COMPORTAMENTO: COMO AS PERCEPÇÕES INDIVIDUAIS AFETAM O TRIBUNAL DO JÚRI. Derecho Y Cambio Social, 21(78), e83. https://doi.org/10.54899/dcs.v21i78.83
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