Abstract
A violência psicológica encontra forte alicerce nas relações desiguais de poder entre os sexos. É a violência mais frequente e talvez seja a menos denunciada. As vítimas, muitas vezes, nem se dão conta de que agressões verbais, ameaças, silêncios prolongados, tensões, manipulações de atos e desejos configuram violência e devem ser denunciadas. Um conceito emergente dentro desse contexto é o "Gaslighting", uma forma particularmente insidiosa de abuso psicológico que visa minar a autoconfiança da vítima. O questionário realizado nesta pesquisa teve o objetivo de analisar a existência da violência doméstica e psicológica entre mulheres advogadas. Foi realizado um questionário para coleta de dados com questões referentes ao perfil sociodemográfico da população de estudo e questões referentes a violência psicológica sofrida e percebida. Dentro da pesquisa foi possível analisar o primado masculino, em um bloco destinado a avaliar a incidência de ideologias “machistas”. O estudo foi realizado na sede da OAB-PE e em suas comissões de trabalho e a população de estudo foi composta por advogadas e estudantes de direitos. Na presente pesquisa, foram abordados os aspectos relacionados à violência psicológica e o gaslighting. A pesquisa propôs de um modo amplo uma reflexão sobre a relevância e importância da violência psicológica contra a mulher. O instrumento utilizado buscou avaliar a violência psicológica, sofrida, percebida e praticada pelas pessoas que responderam o questionário. A pesquisa desempenha um papel fundamental na compreensão e no combate eficaz da violência. Ao final da pesquisa foi percebido que apesar dos avanços legislativos, a invisibilidade e a naturalização dessas formas de violência ainda silenciam muitas vítimas, decorrente também do primado masculino enraizado na cultura Patriarcal.